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O Prefeito Paulo Garcia (PT) lidera as intenções de voto
 Uma pesquisa pré-eleitoral divulgada nesta segunda-feira mostra que o escândalo envolvendo a influência do contraventor Carlinhos Cachoeira na política já afeta eleitores em relação a sucessão municipal em Goiânia. A sondagem, encomendada e publicada pelo jornal O Popular, diário da capital, foi feita pelo Instituto Serpes e ouviu 603 eleitores em vários bairros, no período de 1º a 4 de maio.

Ao lado de itens como intenção de votos aos pré-candidatos a prefeito de Goiânia e rejeição a cada um deles, a pesquisa perguntou também a influência da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que prendeu o bicheiro. A maioria dos pesquisados (26,2%) admitiu que está pensando e refletindo sobre as denúncias, 24,2% indicaram que pensam em anular o voto e 13,1% disseram que estão desiludidos com seu candidato.
No entanto, 15,3% dos entrevistados pela pesquisa afirmaram que os reflexos da Operação Monte Carlo não mudam em nada o seu voto, 12,6% declararam não ter acompanhado o noticiário e 4,8% estão mais firmes na escolha do seu candidato. Completa esta parte da pesquisa 3,2% de eleitores, que resolveram não opinar e 0,7% declarando outras respostas.

Os candidatos

Dos pré-candidatos, o atual prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), lidera a preferência do eleitor com 23,5%, mas o número de votantes que declararam anular o voto superou esta porcentagem e atingiu 25,2%. Isaura Lemos (PCdoB) aparece com 8,1%, o deputado federal Sandes Junior (PP), tem 6,5%, e o vereador do Psol Elias Vaz, 4,5%. Os deputados federais Leonardo Vilela (PSDB) e Jovair Arantes (PTB) conseguiram 4% e 3,3%, respectivamente. Já os dois pré-candidados do PSD, os deputados estadual Francisco Jr e federal Armando Vergílio pontuaram nesta estimulada, com 2% e 0,7% das intenções.Os eleitores indecisos somam 22,2% dos votos.

Em relação ao índice de rejeição, pré-candidatos citados em gravações da Operação Monte Carlo lideram. Sandes Junior tem a maior rejeição, com 40,6%, seguido de Elias Vaz, com 28,9% e Jovair Arantes, com 24,5%. O tucano Leonardo Vilela tem 18,7% de rejeição. O atual prefeito, Paulo Gracia, tem 19,7%. Os outros pré-candidatos também tiveram índices consideráveis de rejeição: Isaura Lemos (PCdoB), 23,2%, e os filiados ao PSD Francisco Jr e Armando Vergílio, 15,6% e 15,1%. O eleitores que não rejeitam ninguém somam 34%, e 6,1% não souberam responder.
A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), sob o número GO-00026/2.12, no dia 27 de abril e tem 4 pontos percentuais de margem de erro, para mais ou para menos.
Carlinhos Cachoeira
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

Fonte: Site Terra

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